
divulgação (Foto: Reprodução)
Bobô admite
interesse em presidir o Bahia e aprova SAF: 'Chegou para ficar'
Herói do título brasileiro do Bahia em 1988,
Raimundo Nonato Tavares da Silva, o Bobô, pensa em reeditar a forte ligação com
o clube que o projetou para o Brasil, dessa vez na cadeira presidencial. Em
entrevista ao Bahia Notícias, o deputado estadual pelo PCdoB admitiu o
interesse em ser candidato nas próximas eleições do clube, previstas para
dezembro de 2023.
Ciente de que, devido a um
impedimento estatutário do Bahia, não poderá conciliar o comando do clube
com o seu atual cargo político, o ex-atleta acredita que articular a sua
candidatura não será uma tarefa fácil. Para ele, é preciso "estruturar
parcerias", além de montar uma chapa que dispute a eleição do Conselho
Deliberativo, algo que se tornou obrigatório a partir do pleito de 2020.
"Ao mesmo tempo não dá. Nós
temos um ano para buscar essa reeleição para deputado, que é neste ano. No ano
que vem, é a eleição do Bahia. Nós temos mais dois anos até lá, porque a
eleição é em dezembro de 2023. Então fica mais tranquilo para a gente poder organizar
esse processo. Não é um processo simples. É uma eleição tão complexa e tão
difícil quanto a eleição para deputado. Claro, com um número menor de pessoas.
São sócios que votam", disse.
"Mas a gente tem que
estruturar pelo menos uma chapa para o Conselho do clube, discutir quem vai
querer participar, estruturar essas parcerias e verificar se é possível mesmo a
gente consolidar esse sonho de um dia pelo menos colocar o meu nome à
presidência do clube. Não é algo simples, não é algo fácil. Estamos falando do
Bahia, da grandiosidade do Bahia, então vamos ter muita paciência e muita calma
para essa decisão", complementou Bobô.
Imortalizado por Caetano Veloso
pela sua "elegância sutil" nos gramados, Bobô pensa em adotar o mesmo
método para construir o seu nome diante da apaixonada torcida tricolor.
Planejamento e cautela são as palavras de ordem neste momento para o
parlamentar, que tentará mais um mandato para a Assembleia Legislativa da Bahia
(AL-BA) nas eleições de outubro.
"A eleição do Bahia é no próximo
ano. Então dá tranquilamente para se discutir isso, fazer um planejamento nesse
sentido, verificar a questão das parcerias, dos nomes para composição de
Conselho e ver se realmente vale a pena nosso nome estar à frente de um momento
tão importante como uma eleição do nosso clube", indicou.
O atual momento do futebol
brasileiro tem sido tomado pela discussão da Sociedade Anônima do Futebol
(SAF), modelo de clube-empresa que permite a entrada de investidores, como tem
ocorrido em clubes como Botafogo e Cruzeiro. Bobô se diz favorável e crê que o
formato "chegou para ficar".
"É o momento que estão
vivendo os grandes clubes no mundo inteiro. Chegou o nosso momento aqui. Já é
lei, você pode fazer isso, pode discutir, encontrar parceiros importantes, mas
sem perder a essência do clube. O Bahia não tem dono. O dono é a sua torcida.
Mas é óbvio que ter um parceiro que possa injetar recursos, fazer grandes
investimentos, montar uma grande equipe para as grandes questões conquistas, é
algo que não podemos deixar de lado. É o momento que vive o futebol brasileiro.
A SAF chegou para ficar", argumentou.
Bobô tem 59 anos de idade. Como
jogador, ele marcou 80 gols com a camisa tricolor, incluindo os dois da final
de 1988 contra o Internacional. Em 1989, ele chegou a ser convocado para a
Seleção Brasileira. Após a aposentadoria, foi apresentador de TV e
depois treinador do Bahia em 2002, quando conquistou a Copa do Nordeste.
Fora dos gramados, Bobô foi
diretor da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) e se
tornou deputado em 2014 após ser eleito com mais de 27 mil votos. Quatro anos
depois, em 2018, o político comunista foi reeleito para a AL-BA com
quase 58 mil votos.