
Divulgação (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Análise da 'revisão da vida toda' do INSS
será reiniciada no plenário físico do STF
Moraes solicitou destaque do processo, resultando na suspensão
da análise do recurso
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), pediu destaque no julgamento que trata da 'revisão da vida toda' dos
benefícios do INSS. Com isso, a análise, que ocorria no plenário virtual, será
reiniciada do zero no plenário físico. Cabe ao presidente da Corte, Luís
Roberto Barroso, definir uma nova data para o julgamento.
Os ministros analisavam recurso da Advocacia-Geral da União
(AGU) contra decisão de dezembro do ano passado. Na ocasião, a Corte definiu,
por 6 a 5, que aposentados podem solicitar que toda a vida contributiva seja
considerada no cálculo do benefício. Até então, só eram consideradas as
contribuições a partir de 1994.
Antes de o julgamento ser suspenso, sete ministros votaram. Eles
se dividiram em três correntes distintas. Uma delas, aberta pelo ministro
Cristiano Zanin, defende a anulação da decisão da Corte que autorizou a chamada
'revisão da vida toda' dos benefícios do INSS. Para o ministro, é necessário
que o tema volte ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ele havia pedido vista e o julgamento foi retomado nesta
sexta-feira (1º), em plenário virtual. Barroso e Dias Toffoli acompanharam esse
entendimento.
Moraes, que é relator, votou para acolher parte do recurso do
governo. Seu voto propõe excluir a possibilidade de revisar benefícios já
cessados (por morte do beneficiário, por exemplo). Ele também defende proibir o
recálculo de parcelas pagas até a data do julgamento (em dezembro de 2022) nos
casos em que a Justiça tenha negado, no passado, o direito à revisão da vida
toda. Ele ficou isolado até o momento.
A ministra Rosa Weber abriu outra vertente, sugerindo um marco
temporal mais favorável aos segurados: 17 de dezembro de 2019 (data do julgamento
do tema no STJ). Até o momento, ela foi seguida pelos ministros Edson Fachin e
Cármen Lúcia.
O
INSS alega perdas bilionárias com a revisão das aposentadorias A Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 estima impacto de R$ 480 bilhões com o
cumprimento da decisão. Os processos de segurados que pedem a revisão dos
benefícios estão interrompidos desde julho, quando Moraes suspendeu o trâmite
em todas as instâncias da Justiça. Na decisão, ele assinalou que a suspensão
valerá até o fim do julgamento do recurso.