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Latam entra na Justiça para suspender assistência a repatriados
Empresa argumenta que em seis meses gastou mais de R$ 6 milhões
com custos para atendimento aos migrantes
A companhia aérea Latam ingressou com uma
ação judicial contra a União visando suspender a obrigação de prestar assistência
a migrantes no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A empresa solicitou a
suspensão da obrigação de fornecer alimentação, produtos de higiene e cuidados,
atendimento médico e social, além de hospedagem, enquanto os migrantes aguardam
a decisão sobre seus pedidos de entrada no país ou o encaminhamento pelas
autoridades.
O pedido foi protocolado em
outubro do ano passado e refere-se a pessoas que aguardam a análise de
solicitações de refúgio, asilo ou outras formas de proteção migratória. Embora
a Justiça tenha concedido uma liminar favorável à companhia em novembro, as despesas
continuam sendo custeadas pela empresa. O Ministério da Justiça criou uma
normativa no ano passado que impede a concessão de refúgio a estrangeiros em
trânsito aéreo pelo Brasil com destino a outro país. Os casos valem para
nacionalidades que precisam de visto para entrar no Brasil.
Na
ação, a Latam afirma que a responsabilidade de prestar assistência material aos
passageiros, conforme estabelecido por uma resolução da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil), se limita a casos de atraso ou cancelamento de voos ou
quando a ordem de repatriação não pode ser cumprida imediatamente pela
companhia. A empresa ainda argumenta que entre janeiro e agosto de 2024 gastou
mais de R$ 6 milhões com alimentação, hospedagem e custos relacionados à
contratação de funcionários terceirizados para acompanhar e garantir o
atendimento aos migrantes.