
divulgação (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Supremo julgará ações que podem limitar poderes da Justiça Militar
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará duas ações que podem limitar os
poderes da Justiça Militar, e ocasionar um novo embate com as Forças Armadas.
De acordo com informaçõe do jornal Folha de São Paulo, uma destas ações
tem o objetivo de retirar dos militares a atribuição de julgar crimes cometidos
por seus integrantes em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) - como em casos de ocupações em favelas e de ações de
proteção às fronteiras.
A segunda diz respeito a um pedido para que seja reconhecida a
incompetência da Justiça Militar para julgar civis em tempos de paz. Ambas
ações foram apresentadas ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República (PGR))
em 2013.
Na época, a atuação do Exército em operações de segurança pública
começava a se intensificar. Segundo a publicação, o Supremo tem evitado
concluir a análise dos casos por se tratar de tema sensível e com possível
repercussão na relação com as Forças Armadas.
Ao longo do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Exército brasileiro tem
constantemente participado de crises institucionais - como quando promoveu
um desfile de blindados em frente ao Palácio do Planalto
horas antes de proposta de voto impresso ser rejeitada pela Câmara
dos Deputados.
Agora, o presidente da corte, o ministro Luiz Fux, está decidido a levar
o debate sobre o tema ao plenário da corte. Ele já chegou a incluir os dois
processos em pauta, mas outros casos acabaram ganhando prioridade.
A intenção, porém, é concluir os dois julgamentos em breve. A análise da
ação que discute quem deve julgar integrantes do Exército que atuam em GLO teve
início em 2018.
Na ocasião, os ministros Marco Aurélio e Alexandre de Moraes
votaram a favor da competência da Justiça Militar. O ministro Edson Fachin
se posicionou no sentido contrário, e o caso foi interrompido por pedido de
vista de Luís Roberto Barroso.
Em fevereiro deste ano, a análise do caso foi retomado retomado no
plenário virtual, e Barroso deu o terceiro voto contra o pedido da PGR. O
ministro Ricardo Lewandowski, contudo, retirou o caso do ambiente online para
que seja debatido presencialmente.
A outra ação, por sua vez, sobre a incompetência da Justiça
Militar para julgar civis, ainda não teve apreciação iniciada.