
Divulgação (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Em troca de
mensagens, Moro é aconselhado a não declarar voto em Dino: "Vou manter
secreto"
Senador foi alertado sobre repercussão nas redes sociais de
imagem ao lado de ministro durante sabatina
Após a aprovação do ministro Flávio Dino (PSB) pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para ocupar uma vaga no Supremo
Tribunal Federal (STF), o senador Sérgio Moro (União) foi alertado por um
aliado em conversa de WhatsApp a não expor seu voto.
Nas mensagens, flagradas por jornalistas, Moro conversava com um
contato salvo como “Mestrão”. O senador é oposição
ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
ficaria exposto no caso de vazamento de um possível voto favorável a Dino, como
alertou o contato.
"Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio
que jaja (sic) passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor,
se não isso vai ficar a vida inteira rodando", diz "Mestrão".
"Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar", completa na
mensagem, flagrada pelo jornal O Globo no plenário do Senado. Em seguida, Moro
responde: "Blz. Vou manter meu voto secreto".
A interação aconteceu após uma
imagem de Moro abraçando Dino durante a sabatina repercutir
nas redes sociais. A assessoria de Sérgio Moro informou que a conversa
aconteceu porque "distorceram o posicionamento do parlamentar".
"A pessoa em questão, sem ter informação do voto do senador Sérgio Moro,
fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas
redes após cumprimento ao ministro Dino”, diz o posicionamento.
Enquanto aguardava a votação no plenário, o senador também
trocou mensagens com seu suplente, o advogado Luis Felipe Cunha. "Deltan
desesperado. Me ligou, mandou mensagem e etc", escreve Cunha, em
referência ao ex-procurador e ex-deputado
cassado Deltan Dalagnol, que coordenou a operação Lava-Jato.
Moro responde que também foi procurado. "Mandou msg
[mensagem] aqui". Em seguida, pede conselhos: "Falo algo aqui?
"O que acha?".
O
nome de Dino foi
aprovado na CCJ pelo placar de 17 a 10. Segundo
governistas, a quantidade de votos favoráveis foi superior ao que eles
esperavam. O indicado de Lula para o STF também teve o aval do plenário do
Senado, por 47 votos a 31.